segunda-feira, 8 de maio de 2017

Quando se tem cabeça de artista plástico...

Imagem reproduzida do site: elcorteingles.es
Postada por ARTE DA PINTURA, para ilustrar o presente artigo.

Publicado originalmente no site do jornal O Globo, em 20/09/2011.

Diário de Carreira: Quando se tem cabeça de artista plástico, visão é como câmera fotográfica interna

Por Renata Sussekind. 

Hoje quero falar um pouco sobre como é, na prática, se tornar um artista plástico. Se é que isso existe! Em primeiro lugar, você tem que sentir o que é vital dentro de você. Parece conversa de botequim, mas não é, não! Vejam o meu caso: tudo é inspiração. Você olha para o universo e ele te devolve o material necessário para o trabalho artístico. Se essa chama existe dentro de você, pode começar em pensar a seguir a minha carreira!

Não é que eu fique procurando, mas as cores e os padrões pulam na minha frente. Às vezes, um pequeno detalhe que percebo num cacho de uvas, por exemplo, pode ser a inspiração para um quadro. É como se eu tivesse uma câmera fotográfica interna que registre tanto o aspecto global como os detalhes envolvidos. Se a sua visão funciona dessa maneira, acho que pode ser um bom profissional da minha área.

Dado o primeiro passo, e o qual considero o mais importante, isso pode ser treinado. Quando tinha meus vinte e poucos anos, vi um documentário chamado "Powers of Ten" (1968/77), de Charles Eames, que me mostrou todas as possibilidades, em tamanhos micro e macro, das nuances de variadas cores e formas. Assim, fui treinando e "brincando" de ver as coisas. Essa "brincadeira" virou uma realidade tão visceral que a uso não somente no meu trabalho, mas também na minha vida.

Foi aí que fiz um curso na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com João Magalhães. Ter essa experiência foi muito importante porque, além da liberdade de expressão, aprender técnicas diferentes e estar com pessoas do meio foi essencial para eu me tornar artista plástica. A rede de contatos e a troca de experiências é muito enriquecedora! Inscreva-se num curso e comece a experimentar esta nova realidade, que tal?

Minha carreira sempre foi construída de forma bem detalhista. Por isso sempre quis fortalecer a minha base, viajar muito para assim poder abrir o meu ateliê. Quando voltava das minhas viagens de Bali, gostava de expor na minha casa e na casa de amigos. E foi dessa maneira informal que me profissionalizei e, hoje, tenho o meu próprio ateliê.

* Renata Sussekind é artista plástica.

Texto reproduzido do site: oglobo.globo.com

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